Em um cenário global de incertezas econômicas e cortes em ajuda internacional, o investimento de impacto emerge como uma força vital para enfrentar os desafios sociais e ambientais mais urgentes do nosso tempo. Confira dez razões pelas quais esta abordagem de investimento nunca foi tão relevante.
1. Redução da ajuda internacional
Países ricos estão cortando drasticamente a ajuda internacional em sucessão rápida. Reino Unido, Bélgica e Holanda anunciaram recentemente planos para reduzir gastos no exterior, seguindo cortes na França, Alemanha, Suécia e Suíça. O desmantelamento repentino da USAID nos EUA, com um orçamento anual de US$ 40 bilhões, é especialmente alarmante, criando um vácuo que investidores de impacto podem ajudar a preencher.
2. Crescimento acelerado do setor
Enquanto governos recuam, o setor de investimento de impacto avança. Fundos que promovem impacto social e ambiental cresceram a uma taxa anual de 21% nos últimos cinco anos, administrando mais de US$ 1,5 trilhão, segundo relatório de outubro de 2024 da Global Impact Investing Network (GIIN).
3. Construindo resiliência global
Enfrentamos uma “policrise” – uma confluência de questões ambientais e sociais que ameaçam desestabilizar sistemas vitais da civilização humana. O investimento de impacto oferece mecanismos para construir resiliência em sistemas ecológicos, sociais, econômicos e financeiros contra desafios interconectados como mudanças climáticas, perda de biodiversidade e pobreza.
4. Urgência em resultados tangíveis
Embora o investimento de impacto não seja um substituto direto para ajuda internacional – pois nem toda necessidade humana pode ou deve ser vista como uma oportunidade de investimento – ele representa uma ferramenta poderosa para criar empregos de qualidade, melhorar o acesso à saúde e construir resiliência às mudanças climáticas.
5. Soluções baseadas na natureza
2025 será um ano significativo para soluções baseadas na natureza, com o setor financeiro reconhecendo que a crise climática só pode ser revertida com a restauração ambiental. A perda alarmante de biodiversidade afetará eventualmente todas as indústrias e serviços, tornando urgente o financiamento para sua preservação.
6. Preenchimento do “missing middle“
Existe um “missing middle” (meio ausente) no financiamento – a lacuna entre microfinanças e grandes investimentos institucionais. Esta lacuna de financiamento para pequenas e médias empresas no Sul Global ultrapassa US$ 1 trilhão, com algumas estimativas superiores a US$ 3 trilhões, enquanto a lacuna de financiamento para adaptação do Sul Global está entre US$ 200-350 bilhões por ano.
7. Inovação financeira em crescimento
Instrumentos financeiros inovadores como “blue bonds” e trocas de dívida por natureza estão ganhando tração. Essas inovações oferecem novas formas de canalizar capital para necessidades ambientais e sociais urgentes, particularmente em economias oceânicas que representam US$ 3 trilhões.
8. Mudança de paradigma nos negócios
O foco está saindo de modelos extrativistas para estratégias de longo prazo que priorizam a sustentabilidade. Investir em empresas que regeneram o planeta é uma forma de garantir a sobrevivência das futuras gerações.
9. Escala para soluções inovadoras
O investimento de impacto fornece financiamento e suporte para soluções desenvolvidas por empreendedores e empresas sociais. De startups de energia solar off-grid na África a programas de educação infantil em Ruanda, investidores de impacto estão financiando empreendedores que transformam comunidades negligenciadas, provando que inovação e lucro podem andar juntos.
10. Colaboração como chave
Os desafios atuais são grandes demais para serem enfrentados isoladamente. O investimento de impacto une setores público e privado, criando pontes entre capital e propósito.
